domingo, 15 de julho de 2012

O bendito cartão de crédito... de bom amigo a super vilão.


   Quem aqui nunca olhou para uma vitrine e pensou: “ah, que blusa linda!!vou entrar e ver se serve”.Daí, você inocentemente entra na tal loja, pega a peça de roupas, vai até o provador, experimenta, olha no espelho e diz:”meu Deus!!!Era o que eu estava procurando”.Sem perceber, você já cometeu o maior dos erros: além da peça que você provou, dentro de sua sacola de compras estão mais meia dúzias de peças que não estavam em seus planos iniciais, e é quando você comete o erro fatal: consultar sua carteira e avistar o seu cartão de créditos ali, seu super amigo, fazendo seus olhos brilharem e fazer com que você se sinta poderoso ao perceber que se estiver com limite de crédito, você será a sensação nas baladas com as tais roupas novas que você está prestes a adquirir.

   Bem vindo ao clube, você faz parte da turma cada vez mais crescente de pessoas que sofrem de compulsão por compras. Antes de qualquer piadinha ou brincadeira de mau gosto, a pessoa que sofre de compulsão por compras, sofre de um transtorno cada vez mais comum na sociedade moderna e este transtorno se da o nome cientifico de ONIOMANIA (do grego: onios =à venda e mania=ansiedade).
   Uma pessoa que sofre de Oniomania chega a cometer atos prejudiciais como não pagar dividas essenciais pelo simples prazer de comprar e alimentar aquela sua necessidade. Quem tem oniomania, geralmente é mal vista e ganha a fama de fútil, mas não é esse o caso, essas pessoas geralmente gastam com artigos supérfluos para esconder sentimentos negativos, como a depressão ou o tédio; sentem euforia ou ansiedade durante as compras, porém, após a finalização delas, costumam cair em uma auto-depreciação , fazendo com que mintam para pessoas próximas, para poder esconder as compras, mentem sobre os reais valores de seus gastos, sentem uma imensa atração por cartões de créditos e em alguns sites e blogs que consultei para a minha pesquisa, notei também que essas pessoas sofrem de um outro mal: megalomania(mania de grandeza), e para manter essa imagem, consomem incontrolavelmente, fazendo malabarismos para poder dar um “jeitinho” com as contas importantes como água, luz, condomínio e assim por diante.
   Alguém só é considerado comprador compulsivo, quando ela já não consegue mais controlar as suas necessidades REAIS de compras das suas necessidades superficiais, compram pelo simples prazer de comprar; uma dica de cinema para quem quiser ver um típico comportamento de um comprador compulsivo é: OS DELIRIOS DE CONSUMOS DE BECK BLOOM, que conta a história e tramas mirabolantes para poder alimentar seu vicio por compras.Ela inventa estórias, adquiriu 12 (isso mesmo, DOZE)cartões de créditos todos com limites estourado, ela consegue ter diálogos com os manequins das lojas por onde passa, como se fosse uma sedução de fora para dentro e sua justificativa clássica para tal feito: “...por que quando compro, o mundo fica melhor”.
   Quando o comprador compulsivo é impedido de fazer suas compras, eles costumam relatar certa angústia, frustração e irritabilidade e após o término, alguns manifestam culpa, vergonha e algum tipo de remorso.
   Um comprador compulsivo também costuma ter sérios problemas psicológicos, ocupacionais e financeiros; consegui ler alguns relatos de pessoas com um excelente poder aquisitivo que foram à ruína devida o descuido por suas “comprinhas bobas” e quando percebeu, já não dava mais conta de arcar com suas dividas. Vários estudos revelaram que a idade e a situação econômica são os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse transtorno. Os investigadores descobriram um percentual mais elevado em jovens que ganham menos em relação aos indivíduos mais velhos e em melhor situação econômica.
   A maioria das pessoas compradoras compulsivas só procura ajuda, quando suas dividas já perderam o controle e esta em uma situação impossível de se honrar com tais compromissos; podemos comparar com um dependente químico, que rouba para poder custear seus vícios, o comprador compulsivo também pode se acometer de atos ilícitos para poder continuar comprando.
   Programas de TV como canais de compras, sites de compras e qualquer coisa do gênero, requer muito cuidado, pois com um cartão de crédito do lado ou um pequeno saldo positivo em sua conta corrente, pode fazer com que você caia na tentação e volte a comprar, é necessário que você se policie sempre, fique sempre em estado de alerta e sempre se perguntar: “eu preciso realmente disso”? “Isso é importante nesse momento”? Tudo como uma tentativa de se controlar e não cometer o erro, abrindo as portas do auto-suicidio financeiro.
   Em alguns casos, os portadores desse mal, chegam aos consultórios, levados por amigos, familiares, cônjuges. Quanto à origem do transtorno, acredita-se que haja algum déficit de SEROTONINA, que é conhecido por proporcionar uma menor ocorrência da impulsividade; desta forma, é recomendado também que essas pessoas façam terapias cugnitiva-comportamental, remédios antidepressivos e estabilizador do humor.Segundo Leonardo Gama Filho, Psiquiatra especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Chefe do Serviço de Saúde Mental do Hospital Municipal Lourenço Jorge (RJ), uma outra forma de ajuda é frequentar os GRUPOS DE APOIO, como o DA(devedores anônimos) ou nomear um conselheiro financeiro, que se encarrega de administrar as suas contas pessoais e finanças; esse conselheiro atua liberando uma quantidade necessária para suas despesas reais da semana e todo o gasto deve ser comprovado por meio de recibos, porém aos poucos, a pessoa vai retornando e tomando o autocontrole de suas dividas, passando a tornar-se responsável por tudo que diz respeito a suas finanças.
   Em tese, uma pessoa que sofre de compulsão por compras precisa URGENTEMENTE de ajuda e buscar tratamento o quanto antes, para que não chegue ao fundo do poço e perca tudo que tem, em prazer de comprar e comprar sem limite.
7”Ses” DO CONSUMO CONSCIENTE:
· Se estou ciente do impacto que esta compra irá gerar em minha vida?
· Se é algo necessário?
· Se realmente preciso disto agora?
· Se o esforço de trabalho (a energia vital) que utilizarei para esta compra está condizente com o custo x benefício?
· Se tenho dinheiro para pagar?
· Se estou disposto a tomar crédito?
· Se vou consumir crédito com consciência e responsabilidade?

Referência:

http://homeosstasis.blogspot.com.br/2010/01/oniomania-compulsao-por-comprar.html

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462008000500004&script=sci_arttext&tlng=pt

http://psiquiatriaetoxicodependencia.blogspot.com.br/2011/02/oniomania-transtorno-do-comprar.html

Por Renato Martins de Sousa.



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